Clube volta a atrasar salários, mas aguarda um ano promissor em 2009
Em 2003, atolado em dívidas, o Flamengo assistiu à cena constrangedora dos jogadores gritando por dinheiro ao ritmo de Ivete Sangalo no vestiário da Gávea. Àquela altura, o atraso chegava a quase quatro meses. Pouco menos de cinco anos depois, os investimentos aumentaram, a folha salarial está bem mais robusta, mas os problemas financeiros herdados se acumulam.
São seguidas derrotas na Justiça para ex-funcionários. Recentemente, o apoiador Evandro Chaveirinho - famoso pela baixa estatura e não pelos gols que fez no Fla - ganhou uma bolada de quase R$ 1 milhão. As dívidas são quitadas em penhoras que imobilizam todas as receitas do clube. De mãos atadas, o departamento de futebol procura a "criatividade" para manter um elenco caro, que custa mais de R$ 3 milhões por mês - incluindo os encargos.
A FlaTV foi uma das alternativas. Mas, por enquanto, o projeto está na fase de maturação no mercado, e ainda não engrenou. O vice-presidente de futebol do clube, Kléber Leite, é o principal entusiasta da idéia, mas o presidente do clube, Marcio Braga, pede paciência.
- Kléber é um grande vendedor. Ele falou que iria fazer e arrebentar. Mas eu e o pessoal do marketing sabemos que não é bem assim. Essa receita é mais para frente - diz o presidente.
Na linha das soluções a curto prazo para obter receitas está também a "fatia" do elenco com cotas à venda de 2% de todos os jogadores por € 1 milhão (cerca de R$ 2,6 milhões). De acordo com o jornal "O Globo", o Flamengo praticamente fechou a venda de três parcelas para investidores (MFD, Traffic e Eduardo Uram).
Marcio Braga admite que atualmente o Flamengo opera em déficit, mesmo com um orçamento anual de R$ 100 milhões em receitas. Porém, a expectativa é de que a arrecadação suba para R$ 150 milhões em 2009.
- Operamos no vermelho neste ano porque temos mais compromissos do que receitas. Temos este problema gravíssimo com a Nike e uma oferta de R$ 20 milhões (da Olympikus) que triplicaria esta receita. Também comecei a negociar com a Petrobras e pretendo um aumento a preço de mercado. Em 2009, vamos começar a operar com superávit - afirma o mandatário.
Sem receber, zagueiro Rodrigo pede para sair
Recentemente, o empresário do zagueiro Rodrigo, Giuseppe Dioguardi, esteve no Rio para agilizar o pagamento dos direitos de imagem ao atleta. Recuperando-se de uma fratura no braço, o defensor está negociando a sua saída do clube.
A preocupação com a questão salarial aumentou depois da notícia de que o principal patrocinador antecipou metade da verba anual para o Fla. A Petrobras pagou R$ 8,1 milhões, mas mesmo assim as dívidas com os atletas não foram solucionadas. No momento, o atraso chega a um mês, fora algumas premiações. Ruim, mas nada assustador, segundo o presidente rubro-negro:
- Quando cheguei aqui, em 2004, não tínhamos nem talão de cheque. Agora temos talão e crédito. Vamos colocar o Flamengo no patamar que merece.
O GLOBOESPORTE.COM ligou para o vice-presidente de finanças do Flamengo, José Carlos Dias, mas não conseguiu contato.
O GLOBOESPORTE.COM
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